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O Câncer da Saúde Pública em Ibiúna

O Hospital Municipal de Ibiúna, única esperança de urgência para milhares de cidadãos, é o epicentro de um colapso que transcende a simples falta de recursos, expondo uma ferida profunda de má gestão e improbidade administrativa que drena a vitalidade do serviço público. A saúde na cidade não está apenas doente; ela é vítima de um ciclo vicioso de irresponsabilidade política que se repete a cada gestão.

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11/3/20253 min read

O Hospital Municipal de Ibiúna, única esperança de urgência para milhares de cidadãos, é o epicentro de um colapso que transcende a simples falta de recursos, expondo uma ferida profunda de má gestão e improbidade administrativa que drena a vitalidade do serviço público. A saúde na cidade não está apenas doente; ela é vítima de um ciclo vicioso de irresponsabilidade política que se repete a cada gestão.

A crise atinge o coração do atendimento com a instabilidade financeira crônica. O município se notabiliza por atrasar repasses milionários às Organizações Sociais (OS) que administram o hospital, acumulando dívidas que já superaram a marca de R$ 2 milhões. Esta falha primária não é um mero erro burocrático; é a causa direta de greves, falta de insumos básicos e da interrupção de serviços essenciais, deixando a população literalmente desassistida em seus momentos de maior vulnerabilidade. A situação é tão insustentável que, em um gesto de confissão da incapacidade administrativa, o próprio ex-chefe do Executivo municipal, Paulinho Sasaki já pleiteou que o Governo do Estado assumisse a gestão do hospital.

O que conecta a precariedade do serviço com a gestão municipal é o rastro de supostas corrupções. A injeção de dinheiro público, que deveria ir para medicamentos e salários, é desviada ou mal aplicada. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por exemplo, agiu recentemente para decretar o bloqueio de bens de um ex-prefeito e de sua cúpula administrativa por fraudes em processos licitatórios que visavam beneficiar empresários ligados ao círculo familiar do gestor, causando prejuízo direto ao erário em centenas de milhares de reais. Esse desvio ético, comprovado por omissão de convites a concorrentes e falsificação de documentos, demonstra onde a prioridade do dinheiro público realmente esteve.

Essa cultura de desvio não é isolada. Ex-prefeitos anteriores já tiveram contas rejeitadas e foram condenados por improbidade administrativa, por irregularidades que envolveram desde o desvio de verbas do Fundeb, fundo fundamental para a educação, até contratações sem licitação para transporte escolar. Tais atos de desonestidade representam recursos que não foram investidos em médicos, na manutenção da estrutura, ou na ampliação da rede de atenção básica.

As consequências são vistas em toda a rede de saúde: a fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE) já flagrou problemas graves em unidades de saúde de bairros, como consultórios odontológicos inoperantes e o acondicionamento inadequado de lixo infectante, mostrando que o foco administrativo não está na ponta do atendimento. Enquanto os recursos são alvos de esquemas ou gastos de forma questionável — como foi o caso do precário hospital de campanha da pandemia —, o cidadão de Ibiúna continua a pagar o preço mais alto: a falta de saúde, de dignidade e de segurança em um serviço essencial. A solução para a saúde de Ibiúna passa, inegavelmente, pela moralidade e pela responsabilização de seus gestores.

O Câncer da Saúde Pública em Ibiúna

Milton Giancoli