NATAL SECO: SABESP DEIXA IBIÚNA SEM ÁGUA E IGNORA MORADORES

Enquanto as famílias de Ibiúna tentavam se reunir para celebrar o Natal, o cenário em muitas de residências foi de desespero e indignação. O que deveria ser um momento de festa transformou-se em um caos sanitário e logístico devido à interrupção crônica no abastecimento de água pela Sabesp. O descaso da companhia, que já se arrasta por meses na região, atingiu seu ápice em pleno feriado, deixando moradores sem o básico para a higiene pessoal e o preparo das ceias.

A revolta não é apenas pela falta do recurso, mas pela total ausência de comunicação e transparência da empresa. No portal Reclame Aqui, a reputação da Sabesp é classificada como "Não Recomendada", com uma nota amarga de 4.4/10. O selo de "Não Respondida" em inúmeras queixas ilustra o abismo entre o consumidor e a concessionária.

O Grito dos Moradores

Os relatos colhidos no site de reclamações expõem o drama de quem paga as contas em dia, mas recebe torneiras secas como presente de final de ano:

“Sou de Ibiúna e na casa dos meus pais está há dias com idas e vindas de corte de água. Hoje, na véspera, não há água nem para tomar banho, o bairro inteiro na mesma situação. Nunca passamos por situações como essas, mas ultimamente tem se tornado regra a falta de água na cidade, muito lamentável”, desabafa um morador.

Outro registro reforça o sentimento de abandono:

“Falta de água em Ibiúna, casa cheia, família reunida e sem água. Um caos sem comunicação da Sabesp. Em pleno Natal, um desrespeito”.

Crise Sistêmica e Silêncio da Companhia

A crise hídrica que atinge o estado de São Paulo em 2025 tem sido usada como justificativa padrão, mas para a população de Ibiúna, o problema é de gestão e infraestrutura. Enquanto a Sabesp alega "alto consumo" e "manutenções emergenciais", os bairros mais afastados e as zonas altas da cidade enfrentam dias seguidos sem pressão na rede, impedindo que a água chegue às caixas d’água.

A falta de caminhões-pipa para suprir a demanda emergencial e a dificuldade de contato pelos canais oficiais (0800 e WhatsApp) deixam os cidadãos reféns. A prefeitura tem sido pressionada a cobrar providências mais rígidas, uma vez que a ineficiência da companhia agora compromete não apenas o bem-estar doméstico, mas também o comércio local e as Unidades Básicas de Saúde.

Com a proximidade do Ano Novo, o medo é de que a história se repita. Se a Sabesp mantém o status de "não recomendada" e ignora as denúncias formais, resta saber até quando a população de Ibiúna será obrigada a suportar o descaso em silêncio.

NATAL SECO E REVOLTA: SABESP DEIXA IBIÚNA SEM ÁGUA E IGNORA MORADORES

Milton Giancoli