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Ibiúna: O Grito Silencioso do Esgoto Ignorado

Ibiúna, com sua riqueza natural e potencial, esconde uma vergonha administrativa: a calamitosa situação do saneamento básico. Longe de ser apenas um problema de infraestrutura, a negligência municipal nesse setor configura uma grave crise de saúde pública e ambiental, colocando o município em uma posição constrangedora, até mesmo em comparação com vizinhos.

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11/3/20252 min read

Ibiúna, com sua riqueza natural e potencial, esconde uma vergonha administrativa: a calamitosa situação do saneamento básico. Longe de ser apenas um problema de infraestrutura, a negligência municipal nesse setor configura uma grave crise de saúde pública e ambiental, colocando o município em uma posição constrangedora, até mesmo em comparação com vizinhos.

Os números oficiais do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) são a prova irrefutável dessa falha: apenas 14,6% da população de Ibiúna tem acesso à coleta e tratamento de esgoto. Isso significa que a esmagadora maioria — cerca de 85% dos dejetos domésticos — é despejada indiscriminadamente em rios, córregos e no solo, transformando as vias hídricas da cidade em esgotos a céu aberto.

A água potável também é um luxo para muitos: somente 36,2% dos moradores são atendidos com água tratada. Tais índices colocam Ibiúna em um patamar inaceitável, muito abaixo das médias nacional e estadual, e levantam a questão da prioridade de saúde e dignidade humana por parte da administração pública.

As consequências dessa inação são profundas. A ausência de tratamento de esgoto é o motor de surtos de doenças de veiculação hídrica, como diarreias e hepatite A, sobrecarregando o sistema de saúde municipal e penalizando principalmente as crianças.

Ambientalmente, a poluição hídrica maciça compromete a Área de Proteção Ambiental (APA) de Itupararanga e seus mananciais. A inação no saneamento caminha lado a lado com a fraca fiscalização de loteamentos clandestinos, que se instalam sem qualquer infraestrutura, agravando o problema de forma exponencial.

A crítica central reside na falta de vontade política e planejamento eficaz. Enquanto municípios próximos, como São Roque, demonstram capacidade de buscar e aplicar investimentos para melhorar seus índices, a gestão de Ibiúna parece inerte, incapaz de captar recursos e executar um plano de saneamento básico que tire a cidade do atraso crônico.

A população de Ibiúna paga o preço dessa negligência com sua saúde e qualidade de vida. É urgente que o poder público municipal saia da inércia, priorize a universalização do saneamento e enfrente a crise com a transparência e responsabilidade que o tema exige. A dignidade de Ibiúna passa pela limpeza e tratamento de seus rios.

Ibiúna: O Grito Silencioso do Esgoto Ignorado

Milton Giancoli