COMO A NOVA GESTÃO VAI ENFRENTAR O COFRE VAZIO SEM COMPROMETER SERVIÇOS ESSENCIAIS?

O CUSTO DO PASSADO: COMO A GESTÃO ATUAL ENFRENTA O DÉFICIT HERDADO SEM COMPROMETER SERVIÇOS ESSENCIAIS

A declaração do prefeito no vídeo do Instagram, da primeira semana do mês, reflete uma atitude comum entre líderes municipais ao reconhecer os desafios enfrentados e afirmar um compromisso com o progresso e a reorganização. Enquanto ele menciona o esforço contínuo para resolver questões administrativas, ainda deixa várias dúvidas no ar. Por exemplo, embora destaque a transparência e a responsabilidade como princípios norteadores, há uma falta de especificidade sobre quais ações concretas estão sendo tomadas para sanar problemas críticos nas áreas mencionadas, como segurança, educação e saúde.

Prometer o pagamento dos salários atrasados dos servidores é um passo essencial, mas apresentar isso como um triunfo administrativo pode ser visto como o básico esperado de qualquer gestão. A administração está, ao que parece, no estágio de prometer informes claros sobre finanças municipais, algo que deveria ser um padrão consistente e não uma ação merecedora de mérito extra.

Em suma, a declaração, enquanto bem-intencionada, ressoa mais como uma promessa padrão, de todas as administrações desastrosas anteriores, do que uma apresentação de medidas tangíveis e resultados concretos. A população de deve aguardar ações mais visíveis e resultados palpáveis ao invés de declarações de compromisso que podem muitas vezes soar vagas. Em tempos de ajustes, a liderança deve ser clara sobre estratégias específicas e demonstrar através de evidências como as melhorias beneficiarão os cidadãos de forma direta e significativa.

É crucial enfatizar que, embora um cofre vazio represente um grande desafio, ele não deve ser utilizado como justificativa para a interrupção de serviços críticos, como zeladoria, coleta de lixo, atendimento hospitalar, unidades básicas de saúde, educação, entre outros.

Uma administração eficiente deve demonstrar resiliência e habilidade na gestão dos recursos disponíveis, buscando soluções criativas e sustentáveis para manter e, se possível, melhorar a prestação de serviços à população. Isso pode incluir a revisão de contratos, a busca por parcerias público-privadas, o incentivo à captação de verbas estaduais e federais, além de aprimorar a gestão interna para reduzir desperdícios.

É imprescindível que o novo governo municipal estabeleça mecanismos claros de prestação de contas à comunidade, demonstrando de maneira transparente como os recursos estão sendo alocados e quais estratégias estão sendo implementadas para sanar déficits orçamentários, evitando, assim, a paralisação de serviços.

Garantir que a infraestrutura pública continue a funcionar de maneira eficaz requer liderança e compromisso contínuo não apenas em resolver os problemas passados, mas também em planejar de forma proativa para um futuro mais próspero. A comunidade deve ser continuamente informada e envolvida nas decisões que afetam a gestão da cidade, fortalecendo assim a confiança pública na administração e contribuindo para um ambiente de cooperação cívica construtiva.

Milton Giancoli