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A CASA DE TONICO DA BOMBA: PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE IBIÚNA EM RISCO DE DESAPARECER
Em Ibiúna, a história de uma casa é também a história de uma cidade. E neste contexto, a casa construída por Antonio José Soares, carinhosamente conhecido como "Tonico da Bomba", se destaca não apenas pela sua arquitetura, mas pela rica história das memórias que abriga. No entanto, a preservação desse patrimônio histórico e cultural enfrenta um desafio urgente: a necessidade de ser conservada. Desde sua construção em 1944. Leia matéria completa...
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5/7/2025
Em Ibiúna, a história de uma casa é também a história de uma cidade. E neste contexto, a casa construída por Antonio José Soares, carinhosamente conhecido como "Tonico da Bomba", se destaca não apenas pela sua arquitetura, mas pela rica história das memórias que abriga. No entanto, a preservação desse patrimônio histórico e cultural enfrenta um desafio urgente: a necessidade de ser conservada.
Desde sua construção em 1944, a residência de Tonico e sua esposa, Graziela, tornou-se um marco não apenas para a família, mas para toda a comunidade de Ibiúna. Localizada em frente à Igreja de Nossa Senhora das Dores, a casa é testemunha de momentos emblemáticos que moldaram a cidade. Através das paredes que guardam memórias de reuniões políticas, festas religiosas e encontros familiares, a residência é um símbolo da identidade ibiunense.
Infelizmente, Ibiúna já perdeu muitos de seus marcos históricos. A demolição de prédios que outrora contaram a história da cidade é um triste reflexo da falta de atenção para com o patrimônio local. É imperativo que os atuais governantes reconheçam a importância da casa de Tonico da Bomba e respondam ao apelo da proprietária, Dona Nairzinha, que sempre expressou o desejo de que a casa fosse preservada.
A história de Antonio e Graziela não é apenas uma narrativa familiar, mas também um testemunho do progresso da cidade. Tonico foi um prefeito visionário, que implementou diversas melhorias, como a instalação de uma nova mesa telefônica e a construção de obras importantes, que ainda hoje são fundamentais para a infraestrutura de Ibiúna. A casa, portanto, não é apenas uma construção; ela é parte integrante da história e do desenvolvimento social, político e cultural da cidade.
Dona Nairzinha, sua filha, dedicou sua vida ao serviço público e sempre cultivou um carinho especial pela casa que a viu crescer. Para ela, e agora para seus descendentes, a preservação desse imóvel é um ato de respeito e amor à história. A conservação da casa como patrimônio histórico não é apenas um reconhecimento do passado, mas também um legado para as futuras gerações, que devem conhecer suas raízes e a rica cultura que Ibiúna tem a oferecer.
Assim, o jornal Nova Tribuna Online conclama a atenção dos governantes da cidade a contemplar esse desejo que, com certeza, será o orgulho do centro cultural de Ibiuna.
Segue um breve texto, para ilustrar a história da casa e a memória da família do ex-prefeito Tonico da Bomba:
A Casa de Tonico da Bomba: Patrimônio Histórico de Ibiúna em Risco de Desaparecer
HISTÓRIA DE UMA CASA É TAMBÉM A HISTÓRIA DE UMA CIDADE!
Em abril de 1900, nasceu no Bairro Paiol Pequeno, na cidade de Ibiúna, Antonio José Soares, filho de Nho Mino e Ana Maria.
Aos 8 anos, Antonio foi para São Paulo trabalhar como motorista de uma família francesa, dona da fábrica de bolachas Duchen. Nessa época, conheceu João Filizzola, que o convidou a ir para Serra Negra, sua terra natal, onde foi apresentado a Irmã Graziela Filizzola, uma moça formada em colégio interno de Mogi Mirim. O primeiro olhar trouxe algo muito especial para ambos.
Em sua segunda ida a Serra Negra, Antonio e Graziela marcaram o casamento, que ocorreu em Aparecida do Norte no dia 2 de fevereiro de 1926. Em 16 de novembro do mesmo ano, nasceu Nair Filizzola Soares, a primeira e única filha do casal, em Serra Negra. Porém, viveram em São Paulo até ela completar 5 anos, quando se mudaram para Ibiuna. Antonio Jose Soares montou um posto de gasolina na Praça da Matriz, e por isso ficou conhecido por todos da cidade como "Tonico da Bomba”.
Tonico sempre dizia que queria construir uma casa em frente à igreja de Nossa Senhora das Dores e, em 1944, esse desejo se tornou realidade, quando trouxe um famoso engenheiro de Serra Negra para desenhar a planta de sua tão sonhada casa.
A casa é um prédio imponente, construído em um terreno amplo de aproximadamente 1.000m², com 4 salas, copa, cozinha, lavabo e, no andar superior, 3 quartos e um banheiro. A parte inferior da casa também conta com uma ampla sala, dois quartos e dois banheiros, além de outras edificações exteriores.
Nessa mesma época, Tonico construiu um grandioso prédio sobre seu posto de gasolina, onde fundou o clube SOCI (Social Clube de Ibiúna), em que promovia os famosos bailes da época na cidade, para agradar sua jovem filha Nair, que gostava muito de dançar.
Antonio Jose Soares sempre almejou o progresso de sua cidade, o que o motivou a entrar na política. Em sua primeira gestão (1956-1960), instalou, em parceria com a empresa Telefônica Ericsson do Brasil S/A, uma nova mesa Telefônica, aprimorando a comunicação, asfaltou a estrada até o município de Vargem Grande Paulista, trouxe água encanada, inaugurou o Ginásio Estadual Maria Angerami Scalamandré (durante o governo Jânio Quadros), construiu a ponte da Vita Lima e uma bela e singela fonte luminosa na praça central Marechal Deodoro.
Tonico mantinha boas relações no meio político e, inclusive, chegou a receber Jânio Quadros em sua casa. E com um detalhe: Jânio não tomava bebida alcóolica em suas visitas, mas sempre um copo de leite. A casa foi cenário de muitas reuniões políticas que trouxeram o progresso para Ibiuna, sempre regada de muita comida, todas preparadas com muito esmero pela sua esposa, a Dona Graziela.
Em sua segunda gestão (1969-1972), passou por muitas dificuldades para levar adiante seus projetos de governo, queixando-se da falta de recursos estaduais e federais, além do apoio da Câmara Municipal. Antonio Jose Soares, católico e de profunda devoção a São Sebastião, fundou uma Cavalaria de Honra ao Santo, celebrado todos os anos na cidade. Dona Graziela por muitos anos ornamentou o andor, e essas práticas se tornaram tradição até os dias de hoje. A organização da Cavalaria e do andor eram feitos na garagem da casa. Por esse motivo a história da família sempre esteve misturada com a história da maior festa religiosa da Diocese de Osasco.
A filha de Tonico e Graziela, a saudosa Dona Nairzinha, como era conhecida, que trabalhou por mais de 30 anos na Caixa Econômica Estadual, desde seus 18 anos, casou-se com Luiz Marciano, e dessa união tiveram duas filhas: Rita de Cassia e Margarida Maria. Do coração, nasceu o filho Antonio Carlos. Nair e seu marido permaneceram morando na casa da Praça Marechal Deodoro, 125, até o fim de seus dias.
Essa casa guarda memórias marcantes tanto da história da família ibiunense quanto da política e cultura da cidade. Nair tinha pela casa um carinho especial e sempre manifestou, em vida, o desejo de que ela nunca fosse derrubada, pois era ali, naquela casa posicionada estrategicamente em frente a imagem de Nossa Senhora das Dares que muitos momentos marcantes da história da cidade aconteceram. Por isso, a família mantém o desejo e espera que ela possa se tornar um Patrimônio histórico de Ibiuna e, dessa forma, ensinar gerações futuras sobre as raízes ibiunenses.


Milton Giancoli